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domingo, 10 de julho de 2011

Qualidade de vida

Se o primeiro fato verdadeiro é que a vida em geral não é fácil, certamente não devemos esperar que ver a natureza da nossa mente será algo simples. A natureza da mente de fato, em qualquer nível, não é muito óbvia. Até identificar e reconhecer correctamente o que é a mente é extremamente difícil. Só para começar a tentar ver já precisamos de forte motivação. Devemos ser claros sobre porque gostaríamos de ver a natureza da nossa mente.
A fundação para qualquer nível de motivação espiritual é levar a sério a nós próprios e a nossa qualidade de vida.
A maioria das pessoas acorda de manhã e vai para o trabalho ou escola, ou fica no lar a cuidar da casa e das crianças. No final do dia, estão cansados e tentam relaxar: talvez a beber uma cerveja ou a ver televisão. Numa hora vão dormir e, no dia seguinte, repetem a sequência. Gastam toda a vida a tentar ganhar dinheiro, sustentar a família e ter qualquer diversão e prazer que consigam.

Embora a maioria das pessoas não possa alterar a estrutura das suas vidas, elas sentem que também não podem mudar a qualidade de como vivenciam essa estrutura. A vida tem os seus altos, mas também muitos baixos, todos bem estressantes. Sentem que são uma pequenina parte de um mecanismo sólido gigante, do qual não podem fazer nada.
Então vão pela vida de modo mecânico, passivo, como passageiros de uma montanha russa que dura a vida toda, a ir para cima e para baixo, assumindo que não apenas os trilhos, mas também a tensão e o estresse vivenciados nesse ciclo são partes inevitáveis dessa volta sem fim.

Já que tal experiência na vida de alguém pode ser bastante deprimente, apesar dos prazeres, é essencialmente vital fazer algo a respeito. Apenas beber até o esquecimento toda noite, ou procurar constantemente entretenimento e distração com música e televisão todo o tempo, ou jogar jogos de computador incessantemente para nunca ter de pensar na vida, nada disso vai eliminar o problema. Devemos levar-nos a sério. Isso significa ter respeito por nós próprios como seres humanos. Não somos apenas peças de uma máquina ou passageiros impotentes de uma volta pela vida -- às vezes suave, às vezes turbulenta. Precisamos, então, examinar mais de perto o que estamos a vivenciar a cada dia. E se percebermos que estamos estressados pela tensão da nossa cidade, casa ou escritório, não devemos apenas aceitar isso como algo inevitável.

Os Nossos ambientes de vida, trabalho e lar, incluindo as atitudes e comportamentos dos outros, apenas fornecem as circunstâncias com as quais vivemos as nossas vidas. A qualidade da nossa vida o que nós mesmos, ninguém mais, está a vivenciar agora mesmo contudo, é o resultado directo das nossas próprias atitudes de ninguém mais e o comportamento que elas geram.

Dalai Lama


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